Série completa de romance contemporâneo +18

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Será a imaginação de Leah, movida pelo amor, que evoca a imagem de Jonathan?

Leah e Jonathan estavam realmente apaixonados. Noivos e planejando o futuro casamento.

Mas um dia, ao chegar em casa após uma longa jornada, Leah descobre que Jonathan e toda sua família foram embora sem dar qualquer explicação. Deixaram apenas um vazio que ironicamente estava cheio de incógnitas que jamais conseguiu resolver e uma tristeza que parecia querer acompanhá-la por toda a vida.

Ela decide se mudar para a grande maçã acreditando que esta cidade a ajudaria a começar do zero. Mas não.

Todos os anos, na mesma época em que tinha acontecido tudo, Leah revivia cada momento daquele sofrimento. Era um luto que vivia ano após ano desde a partida misteriosa do seu noivo com toda sua família. Com o passar dos anos, compreendeu que em nenhum lugar do mundo encontraria a felicidade e decide voltar para Arlington.

Ela precisava voltar para suas raízes e encontrar uma maneira de colocar um ponto final neste passado tão amargo que a seguia por todos os lados e não deixava que ela fosse feliz. É durante a mudança, quando sofre um acidente que lhe dá a visão que ela tanto procurava e então ela o encontra.

Seu amor, finalmente, após tantos anos e por um segundo fugaz, ela o vê.

Ela o reconhece e em um piscar de olhos, ela o perde de novo.

Será a imaginação de Leah, movida pelo amor, que evoca a imagem de Jonathan?

Ela terá de se resignar a nunca encontrar respostas e cederá a proposta de ser feliz que Ryan oferece?

Ou ela tem razão e seu amado Jonathan volta para ela após todos estes anos para retomar o que o destino os obrigou a interromper?

Alyssa estava sentada na mesa do quintal da casa de Amelia, sua avó materna. Como todos os anos, sua avó caprichava ao máximo com a decoração da festa e embora a menina agradecesse com prazer o gesto, sempre esperava que alguém tivesse a ideia de perguntar ‘Como você gostaria de decorar e celebrar sua festa de aniversário?’ Ela suspirou desanimada olhando para os tediosos balões rosa pastel que decoravam algumas partes do quintal.
Ela seria incapaz de dizer para sua avó que aquilo a aborrecia muito e que desejava uma festa diferente. Não, não poderia fazer sua avó passar por uma decepção; ela, que era o mais próximo da bondade pura que os seus escassos sete anos de idade conheciam e o mais próximo da sua mãe também. Comentou com seu pai que, em alguns casos, a ajudava a dizer as coisas que mais gostava e ele olhou com compaixão para ela e explicou que naquele ano não poderia fazer isto porque sua avó já tinha tudo preparado. Alyssa acreditava que estava com tempo de sobra para dizer para seu pai que não queria mais as decorações da sua avó, mas ter esta conversa um mês antes da data não tinha sido o suficiente. Prometeu para si mesma que no ano seguinte teria a mesma conversa com seu pai com pelo menos seis meses de antecedência, assim poderiam comentar com Amelia sem correr riscos.
Não conseguia imaginar qual desculpa usaria porque sua tenra idade só fornecia argumentos que não eram muito convincentes e que, na maioria das vezes, pareciam cruéis para ela.
E que a infância é assim, cruel com as pessoas que se tem ao redor porque esta vergonha de dizer algo indevido é um mundo desconhecido até que alguém comenta que você já tem idade para falar desta maneira tão desrespeitosa e mal-educada. Alyssa já nasceu com esta vergonha porque não se atrevia a dizer a verdade na cara de ninguém só pelo medo de fazer esta pessoa sofrer.
Sorriu com tristeza lembrando o quanto odiou o presente que uma vizinha lhe deu no ano anterior. Nunca, na sua curta existência, tinha visto uma boneca de porcelana tão feia. «Quem dava bonecas de porcelana de presente naquela época?» ela se perguntou após rasgar o embrulho. Naquele momento soube que deveria controlar suas feições porque senão sua doce e encantadora vizinha ficaria muito triste ao saber que para ela aquela boneca parecia horrível. Felizmente a boneca foi parar no fundo de um baú que a menina já quase não abria porque seus gostos mudavam com rapidez. Este baú estava cheio de bebês de plástico com seus acessórios; além de uma boa quantidade de animaizinhos de pelúcia que, em algum momento, foram os substitutos dos falsos bebês que agora lhes faziam companhia.
Até o ano passado parecia que decorar sua festa com o seu personagem favorito da Disney era bom. Após ir à festa de aniversário superdivertida da Marcy, começou a encontrar alguns defeitos no esforço titânico da sua avó. E todos os balões rosa assim como os personagens da Disney começaram a parecer insuportavelmente chatos.
Queria algo mais simples, com menos rosa; talvez mais preto ou cinza e qualquer outra cor que combinasse e que não fosse tons pastel. Estava cansada do plano clássico «princesa» que sua avó costumava usar. Claro, Marcy contava com sua mãe que era uma especialista em decoração e com seu pai que sempre estava com ela para tudo que precisasse.
Alyssa sentiu um pequeno nó na garganta. Seu pai, pelo segundo ano consecutivo, teve uma emergência no hospital e não pode estar presente na festa. Sabia que seu pai era um herói que salvava a vida de muitos, mas naquele momento teria gostado de um pai como o de Marcy que sempre estava em casa ou como o de Jenna, que chegava todas as tardes às seis horas para jantar com a família. Até teria gostado de um pai como o de Lucille que também era médico e sempre estava em casa quando era necessário.
Ela o amava e sabia com certeza que ele correspondia da mesma maneira. Ela via isto nos seus olhos quando ele a carregava e abraçava. Ou quando a enchia de beijos pelas manhãs.
Suspirou de novo. Algum dia isto mudaria. Queria uma família completa, com mãe incluída. Irmãos. Primos.
Se seu pai continuasse com aquele trabalho não teria tempo para conhecer alguém que lhe desse o que tanto desejava. Porque ela sabia como os bebês vinham ao mundo. Ninguém conseguiria enganá-la com a história da cegonha porque seu pai lhe ensinou a verdade desde a primeira vez que ela perguntou e achava muito engraçado ver suas amigas debatendo sobre qual era a verdade sobre todo este assunto: a cegonha ou as abelhas? Mas ela seria incapaz de dizer que elas eram umas bobas e que a verdade era que para fazer um bebê era necessário o amor de um homem e uma mulher. Além disso, tinha o poder para contar porque seu pai, que era médico, tinha explicado.
Alyssa guardava suas opiniões para não ferir os sentimentos das suas amigas ou melhor dizendo, para não colocar em dúvida a palavra dos seus pais e que suas amigas acreditassem que eles mentiam para elas. Não. Ela guardaria a história mais para frente, para quando tivessem mais idade. «As pessoas sentem vergonha de falar sobre isto» seu pai assegurava.
Ela não compreendia o porquê, se amar era bom e parecia ótimo. Compreendia que o mundo dos adultos era muito estranho para ela, como quando perguntou ao seu pai se ele amou sua mãe. Ele respondeu que sim, embora ela soubesse que, bem lá no fundo, ele guardava uma verdade que não contava para não machucá-la. Reconhecia o olhar porque ele se enchia de tristeza assim como a tristeza lhe invadia todas as vezes que escondia uma grande verdade de alguém para não machucar seus sentimentos. Então, Alyssa percebia que seu pai teve um grande sentimento pela sua mãe, sincero e que de certa maneira o fez feliz, embora seu olhar não se enchesse de brilho falando da sua mãe como quando falava da garota que foi muito especial na sua vida. Seu pai costumava dizer que quando ela ficasse mais velha contaria tudo sobre os seus sentimentos e que enquanto ia crescendo teria de se conformar com o que ele dizia.
Alyssa teria gostado que seus pais tivessem sido como os de Carlyn, que já não se amavam mais e viviam em casas separadas. Isto lhe daria a tranquilidade de saber que sua mãe ainda estava viva. Mas não, sua mãe se tornou um anjo quatro anos depois que ela nasceu. Às vezes chegavam algumas lembranças dos seus olhos e da maneira tão amorosa como olhava para ela. Tinha um punhado de fotos da sua mãe que não poderiam preencher o vazio que ela deixou, mas pelo menos contava com algumas lembranças dela estampadas naquele papel fotográfico.
Gostava de pensar que se o seu pai se apaixonasse de novo ela conseguiria ter uma mãe que, embora fosse postiça, ela receberia com prazer. Sua avó era sua avó e sabia diferenciar as coisas que suas amigas faziam com suas mães e que ela não fazia com sua avó porque iriam parecer uma loucura para ela ou porque o corpo da sua avó parecia mais lento do que aquele de qualquer uma das mães de suas amigas. Seu pai dizia que sua avó já era idosa.
— Querida! — Amelia se aproximou dela sorrindo. — O que você está fazendo aqui tão sozinha?
— Pensando no pedido que vou fazer este ano ao soprar a vela, vovó.
Amelia sorriu com carinho.
— Vai pedir algo diferente?
— Não. Só estava me concentrando para fazer muito melhor este ano para ver se agora ele se realiza. Não posso contar o que é.
Amelia sorriu, como todos os anos, ao ter esta mesma conversa.
— Não conte para ninguém porque os pedidos não são compartilhados até que se realizem. E se você já está pronta, vamos lançar este pedido no ar que os convidados já esperam por nós ao redor do bolo.
Alyssa e Amelia caminharam juntas, de mãos dadas, até a mesa grande onde havia um bolo de três andares, cheio de glacê branco e decorado com algumas flores delicadas. Alyssa pensou que teria gostado mais de um bolo com o formato de algum dos seus objetos favoritos como uma bolsa, sapatos ou itens de maquiagem como na festa de Marcy. Mas não era isso que lhe correspondia e de certa maneira, ela se sentia afortunada por tê-lo. Melhor isto do que nada.
Os convidados terminaram de cantar a respectiva canção e ela fechou os olhos com força enquanto pensava:
«Quero uma namorada para o meu pai que nos ame tanto como iremos amá-la. Quero que meu pai trabalhe menos para assim podermos passar mais tempo juntos »
Soprou com todas as suas forças e o vento elevou seu pedido para o universo que naquele mesmo instante, começou a traçar um plano elaborado que mudaria a vida do seu pai por completo e concederia o pedido que ela tanto desejava.

Stella e Isaac Simmons olhavam consternados para sua querida filha Leah. Tinham de lhe dar a má notícia. Não sabiam por onde começar porque sequer tinham uma explicação clara para tudo o que estava acontecendo embora tivessem muito claro que aquela mudança na história da sua filha iria marcá-la para sempre.
— Papai, mamãe, o que está acontecendo? Vocês estão me deixando preocupados — Leah estava inquieta e cansada. Após um dia intenso na universidade só queria acabar de conversar com os seus pais, tomar um banho, comer algo e ligar para Jonathan para saber como ele estava. Também queria conversar com ele sobre a decoração do casamento.
Girou o anel no seu dedo anular esquerdo. Ainda não tinha se acostumado a pensar que seria a esposa de Jonathan Rodríguez antes que o outono chegasse e faltando apenas algumas semanas para se formar em administração.
Ainda não conseguia acreditar.
— Bom, — disse cansada para seus pais que ainda continuavam olhando para ela como se ela fosse quebrar a qualquer momento. — É melhor que contem o que está preocupando vocês e me deixem subir porque tenho coisas da universidade para fazer. — Então ela se lembrou do dia em que recebeu a notícia da morte de Mima, sua avó paterna com quem teve um relacionamento muito especial. Isto a agitou ainda mais porque seus pais tinham as mesmas expressões de preocupação e tristeza nos seus rostos que naquela época e já não tinha avós para anunciar suas mortes nem parentes próximos, que ela soubesse. Tocou de novo o anel e algo pulou dentro dela —: É Jonathan? Aconteceu algo com ele?
Seu nervosismo aumentou ao ver a expressão dos seus pais e os olhares de pena que trocaram.
Leah pensava que seu coração explodiria em pedaços e levantou-se.
Ligou para o telefone da casa do seu noivo e não recebeu nenhuma resposta nem mesmo a secretária eletrônica.
Algo estava acontecendo.
— Filha, por favor, sente-se e acalme-se.
Se havia algo que Leah não conseguiria fazer em um momento de angústia era sentar-se. Muito menos se acalmar. Então, pegou as chaves de casa, as do carro do seu pai e saiu de casa.
— Leah, não. Você não vai gostar do que vai encontrar.
Seu pai sempre era honesto com ela e sabia que esta advertência se transformaria em realidade. Seu coração batia descontroladamente.
— Iremos acompanhá-la — sua mãe disse e entraram no carro com ela. O silêncio era ensurdecedor. Ela agradeceu que o trajeto fosse relativamente curto. Saiu do carro o mais rápido que os seus pés entorpecidos permitiram.
Tocou a campainha algumas vezes e não obteve resposta. As luzes estavam apagadas e nenhum som vinha de dentro da propriedade.
Leah estava prestes a entrar em pânico. Não compreendia o que estava acontecendo.
Foi então que a Sra. Margaret, vizinha dos Rodríguez desde que Leah os conhecia, apareceu na sua frente e seu rosto abrigava tanta tristeza que Leah começou a hiperventilar.
— Não sabemos o que aconteceu, Leah — seu pai comentou. — Não há ninguém em casa. Viemos hoje para convidá-los para jantar para poder começar a planejar os detalhes do casamento e também porque queríamos entregar o nosso presente de casamento. — Seu pai a abraçou com muita força porque sabia que ela iria quebrar a qualquer momento.
— Sinto muito, garota — Margaret aproximou-se dela. — Eu os vi parti ontem à noite, todos estavam com malas na mão e hoje de manhã veio um caminhão enorme e levou tudo o que havia dentro da casa.
Leah sentiu que estavam fazendo uma brincadeira e começou a rir de maneira nervosa com tanta força que mais alguns vizinhos se aproximaram para corroborar a história de Margaret.
Não conseguia acreditar no que eles estavam dizendo.
Malas? Mudança?
Como ela não tomou conhecimento disto? Alguma explicação deveria existir, não?
Estava convencida que Jonathan, seu adorado Jonathan, não iria abandoná-la e tudo o que estava acontecendo teria alguma explicação lógica que, certamente, seu noivo daria nos próximos dias.
Jonathan não iria deixá-la assim, sem mais nem menos. Tinham uma vida pela frente e muitos planos; além disso ela tinha certeza do seu amor. Jonathan a amava desde o primeiro dia em que eles se viram. Eles se conheciam plenamente, eram melhores amigos e ela o amava com todo seu ser. Por causa deste amor que tinham, ela sabia que esta mudança improvisada da família Rodríguez tinha uma explicação lógica e a única coisa que ela precisava fazer era esperar que Jonathan aparecesse na sua casa para explicar tudo.
Era apenas uma questão de tempo para conseguir saber toda a verdade.
O que Leah não suspeitava era que a explicação de Jonathan para a mudança repentina dos Rodríguez poderia não acontecer.

Até onde você seria capaz de chegar por um amor que não lhe corresponde?

A vida dá uma segunda oportunidade a Ellie Griffin; uma garota sonhadora que decidiu acreditar nas promessas de amor do homem errado. E esta segunda oportunidade a obriga a ter uma proximidade com o Dr. Sean Norton; um homem que realmente não a atrai e que tentou conquistá-la sem sucesso.
Ellie sabe reconhecer que Sean é perseverante, mas não está interessada. Tem uma grande ferida para curar e não quer complicar mais as coisas.

No entanto, Sean, que jamais se dará por vencido, elabora um plano mestre para permanecer ao lado de Ellie e ensinar a ela como é o amor de verdade e como ela merece ser amada.

Conseguirá Ellie abrir os olhos e perceber que Sean é este homem «perfeito» que sempre sonhou?
Conseguirá decifrar quais são os verdadeiros desejos que abriga em seu coração?

sempre podem dar lugar ao amor.
Eles poderão encontrar a felicidade juntos?

Sean caminhava como um leão enjaulado no lado de fora do hospital na área de emergências.
Ele sentiu uma forte pressão no peito quando viu a ambulância a caminho do lugar em que aguardava com uma equipe de enfermeiras.
Ele também sentiu náuseas. Quis vomitar, mas não era o momento.
Ellie precisava dele calmo e com seus sentidos em ordem.
Quando as portas da ambulância se abriram e seus olhos cruzaram com os de Leah, a pouca calma que ainda tinha foi para o inferno.
Os olhos de Leah estavam vermelhos e seu olhar não pressagiava nada de bom.
Os paramédicos fizeram seu trabalho e desceram Ellie da unidade, que jazia inconsciente na maca em que estava sendo transportada.
Estava pálida e sulcos escuros emolduravam seus doces olhos.
— Overdose de benzodiazepínicos — comentou com rapidez um dos paramédicos enquanto levantava a maca para fazê-la rodar até a entrada do hospital. — Isso foi encontrado pela sua amiga, não são dela — o paramédico entregou um frasco cilíndrico de plástico alaranjado para Sean, que estava vazio. — Ela tem o pulso fraco, não sabemos quantos comprimidos tomou e provavelmente isso aconteceu há cerca de quatro — o homem continuou orientando Sean sobre a maneira como, junto com sua parceira, ele procedeu assim que chegou na casa de Ellie.
Sean obrigou-se a prestar atenção embora sua concentração fosse pouca e desaparecesse ainda mais quando olhava para o semblante adoentado de Ellie.
Ellie foi levada para um box de emergência em que os enfermeiros começaram a atendê-la de acordo com as ordens que o Dr. Norton lhes dava.
E Sean mal conseguia pensar.
Devido ao número de horas presumidas entre a ingestão dos comprimidos e a transferência para o hospital, uma lavagem gástrica seria inútil. Os comprimidos já haviam sido absorvidos e o estado de inconsciência de Ellie poderia complicar a eliminação de fluídos do seu estômago.
Deviam aplicar o antídoto.
— Dr. Norton, você está bem? — a enfermeira Sabine Smith olhou para ele com preocupação e ele assentiu, tentando demonstrar uma segurança que não tinha.
Suas mãos e pernas tremiam. Mas não podia demostrar que se estava fora de si; a primeira coisa era a vida de Ellie e era ele quem deveria salvá-la.
Não podia perdê-la.
Seu coração se apertou ainda mais ao pensar nisso e ele sentiu novamente as náuseas.
Engoliu em seco. Seus olhos ardiam.
Ele se obrigou a dar algumas ordens para as enfermeiras, que naquele momento cuidavam de Ellie, enquanto ele se aproximava da garota que era a dona do seu coração desde a primeira vez que a viu em uma sala de emergência há vários anos.
— Não vou deixá-la ir, Ellie.
Os sinais vitais de Ellie se tornaram mais lentos. Ela parecia querer se entregar e isso enfureceu Sean que, por um momento, quis reclamar da idiotice do que acabara de cometer.
Ele sentia raiva e dor ao mesmo tempo.
O que a levou a fazer algo assim?
— Sean — o médico de emergência que estava de plantão com ele naquele dia o trouxe de volta à terra. Ele continuava em pé, na frente de Ellie. Sentiu o rosto úmido e segurava a mão da garota. Seu colega colocou a mão em seu ombro. — Vou fazer isso. Eles não podem perder mais tempo.
Sean compreendeu que seus sentimentos estavam jogando sujo. Prevalecia curar a vida da mulher que mais amava no mundo e estes mesmos sentimentos nublavam seu julgamento, anulando sua habilidade para curá-la.
Ele assentiu, derrotado, olhando nos olhos do seu colega.
— Vou pedir que você se retire.
O Dr. Norton observou os seguranças do hospital aproximarem-se do box. Não podia culpar seu colega por ser exagerado. Ele já havia presenciado cenas assim no passado e sabia que a maneira como eles procediam era a correta. Ele não oporia resistência.
Ele compreendia bem.
Assentiu de novo e várias lágrimas escorreram pelo seu rosto.
Ele deu um beijo suave na testa de Ellie.
— Fique bem, querida. Por favor. Preciso de você saudável.
Várias enfermeiras olharam para ele com absoluta compaixão. Outras deixaram ver ternura pelo homem que fazia suas colegas de trabalho suspirarem como adolescentes. Não sabiam quem era a mulher que ele amava em silêncio.
Ele se afastou e saiu escoltado pelos seguranças que o acompanharam até a sala de espera onde Leah se jogou em seus braços para dividir a angústia que surpreendia ambos naquele momento.
Quando o alarme do código azul foi ativado, isso fez com que ele sentisse um terror que nunca havia sentido na sua vida. E, de repente, tudo parou nos segundos mais infernais da sua vida.
— Sean — A voz de Leah saía trêmula e suave. — O que é o código azul? Por que todo mundo está correndo? ELLIE! — o grito de Leah estava cheio de pânico.
«Por favor, Deus. Não a tire de mim» foi a única coisa que Sean conseguiu pensar enquanto impedia que Leah saísse da sala de espera.
«Não a leva ainda, eu imploro». 

Se deixe levar por este romance que está cheio de erotismo, paixão e romance na época mais bonita do ano.

Ryan Griffin é um homem bonito que se consola em ter Vanessa ao seu lado porque não quer ficar sozinho. Ele teme a solidão e por isso aguenta qualquer manipulação proveniente da mulher que todos parecem querer tirar de cima dele.
O que os outros não sabem é que Vanessa é sua zona de conforto. Para Ryan, aproximar-se de uma garota desconhecida e dar este primeiro passo para conhecê-la representa um verdadeiro estresse.

Agradecia que a vida o fez bonito e que as garotas se aproximassem dele, ele as aceitava sem ser muito exigente.

Por outro lado, Courtney Moore é uma mulher que sabe muito bem como ir à caça e sabe qual é o tipo de presa que deseja meter em sua cama: uma que não queira nem compromissos nem vínculos porque ela garante que está feliz como está na solidão do seu lar.
E a vida sempre fazendo suas jogadas estratégicas, coloca estes dois personagens na mesma cidade, unindo-os por várias coincidências que os levarão direto a desencadear a paixão descontrolada entre eles, fazendo com que eles compreendam que a solidão não é boa conselheira e que a paixão e o desejo sempre podem dar lugar ao amor.
Eles poderão encontrar a felicidade juntos?

Quando Courtney entrou no edifício em que Ryan morava, decidida a expressar como estava arrependida por ter lhe negado a oportunidade de ficarem juntos de outra maneira que não fosse ocasional e na cama, sentia que estava fazendo a coisa certa.
E isso lhe causava pânico.
Porque sabia que este sentimento só poderia ser fruto do amor.
Bem, não sabia. Continuava sem saber porque nunca sentiu isso por ninguém. Mas admitia que Ryan a fazia sentir muitas coisas especiais que superavam os bons momentos de sexo e que, a cada dia que passava, precisava de Ryan ao seu lado.
Isso deveria ser um sinal claro, não?
Além disso, a conversa que teve com Ian, naquele mesmo dia, clareou sua mente em todos os aspectos relacionados a Ryan e sua vida pessoal.
Precisava de Ryan ao seu lado porque o amava.
Sorriu com malícia porque era liberador poder admiti-lo sem problemas, no entanto, ainda sentia alguns medos em relação ao futuro e a maneira como o amor afetaria sua vida.
Tentava se concentrar na conversa com Connor algumas semanas antes, quando seu irmão lhe assegurou que sua esposa continuava sendo ela mesma e lutando pelos seus sonhos apesar de ter se tornado esposa e mãe.
Não sabia se poderia fazer isso, mas se não tentasse, nunca saberia.
Se para tomar uma decisão definitiva deveria colocar em um lado da balança: «perder Ryan» e no outro «ser sua noiva, esposa, amante, mãe dos seus filho ou o que ele quisesse, sem deixar de lado sua vida profissional» para saber o que doía e a assustava mais, com certeza a balança se inclinava para o primeiro.
Perder Ryan superava — com juros — todos seus medos.
E implorava a Deus que lhe desse uma nova oportunidade com ele.
Suspirou e esfregou as mãos enquanto esperava o elevador.
Exalou o ar como sua professora de ioga lhe ensinou a fazer.
— Tudo vai ficar bem, Courtney, acalme-se. Isso não parece com você — ela murmurava enquanto as portas do elevador se abriam e ela entrava.
A noite estava gelada. Estava nevando, faltavam três dias para o Natal e sua vida, no último ano, havia mudado tanto.
Uma promoção que a levou a se mudar para Nova York e que, posteriormente, a levou a se encontrar com Ryan. Parecia que a vida tinha planejado tudo.
Este pensamento injetou-lhe forças para deixar que seu coração sentisse com maior intensidade. Courtney estava descobrindo sentimentos que em sua vida jamais teria sentido por outro ser humano.
E fazia tempo que estava sentindo isso, só não queria perceber a verdade que levava dentro de si.
Ela estava tão bem com seu trabalho e amigos ocasionais!
Ela bufou.
Com seu trabalho. Ponto.
Inalou e exalou o ar mais uma vez quando as portas do elevador se abriram no andar em que deveria descer.
À direita, havia uma janela que deixava ver a neve cair.
Ela gostava do inverno, a cidade coberta de neve, embora às vezes fosse muito pouco prático e perigoso.
Ela caminhava desajeitadamente pelo corredor. O nervosismo não permitia que ela se movesse com facilidade.
Ela ia fazer — praticamente — uma declaração de amor e se sentia como uma adolescente que vai enfrentar o garoto que gosta no colégio.
Quando virou a esquina para pegar o segundo corredor, em que ficava o apartamento de Ryan, sentiu uma grande ansiedade. O coração parecia querer sair pela boca.
Ela parou na frente da porta e tocou a campainha.
Passos foram ouvidos no outro lado.
Quando finalmente a porta se abriu, por pouco sua alma não cai aos pés, ao descobrir que quem abriu a porta não foi Ryan.
— Posso ajudá-la em algo? — a mulher em questão era o oposto dela. Sem curvas, pequena, com o cabelo ruivo e usando uma roupa que lembrava as elegantes donas de casa dos anos 60.
Muito-diferente-dela.
A garota arregalou os olhos e ergueu as sobrancelhas esperando uma resposta da sua parte.
— Vanessa? — Ryan apareceu atrás da garota só com uma toalha na cintura e algumas gotas de água que escorriam pela pele dos seus braços.
Courtney levou uma mão à barriga.
Vanessa.
Courtney estava tentando assimilar a cena.
Vanessa era a ex de Ryan. A ex que já não lhe importava mais.
Ou sim?
Naquele momento, Ryan inclinou a cabeça para ver quem batia à sua porta e a viu.
Ele empalideceu completamente.
— Courtney? — Ryan tentou chegar até ela, mas Vanessa o interceptou e segurou pelo braço deixando a vista um lindo anel de noivado em seu dedo anular.
Courtney franziu o cenho e sentiu que seus olhos arderam como nunca em sua vida.
Talvez não fosse tão ex.
Talvez ela fosse a estúpida que acreditou na história do amor puro e maravilhoso da parte do homem mais cruel do mundo.
Ela olhou para ele confusa.
Não conseguia acreditar que Ryan faria isso com ela.
Ela esfregou a barriga de novo e recuou quando viu que Ryan dava alguns passos na sua direção.
Quem era demais ali era ela.
Não havia nada a dizer.
Ela virou-se e, deixando as lágrimas caírem, acelerou o passo para chegar o mais rápido possível ao elevador e sair dali.
Precisava sair da vida de Ryan para sempre.
Sabia que se entregar ao amor não era uma boa ideia.
— Nunca mais, Courtney. Nunca mais.

Sobre mim…

Sou uma escritora latino-americana independente com mais de 30 livros autopublicados e mais de 45.000 cópias vendidas.
Escrevo livros de ficção romântica: Contemporâneo, Paranormal e Suspense. Alguns dos meus livros foram traduzidos para o Português, Inglês, Italiano, Francês e Alemão
Em 2017, na cidade de Málaga, Espanha (declarada capital da literatura Indie #mesindie), participei como palestrante em uma mesa redonda organizada pela Amazon KDP Espanha, comemorando o mês de autopublicação.
Adoro ler, comer, dançar e tomar café – muito! – também adoro tudo o que está além do que não podemos ver: coisas místicas e paranormais. Talvez seja isso que me fez estudar: Tarô, Wicca, Alta Magia e Reiki.
Agora, eu moro em Málaga – a uma distância muito curta do mar, o que é ótimo – com meu marido e minha filha, que são meu apoio e inspiração para continuar escrevendo.

stefania gil